sexta-feira, 17 de julho de 2015

Moderno e inovador, 'Brasil Econômico' circula pela última vez a versão em papel


Capa da última edição do Brasil Econômico.
Mais um jornal impresso que sairá de circulação no Brasil. O jornal 'Brasil Econômico' encerra nesta sexta-feira, 17, a versão em papel. Segundo o portal Meio&Mensagem, o motivo do fechamento são as questões financeiras. Ao todo, serão demitidos cerca de 40 profissionais - entre jornalistas e diamagradores. Ainda de acordo com o portal, a Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), empresa pertencente ao grupo português Ongoing e responsável pela publicação do periódico, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Outro problema é que os funcionários já vinham sentindo os problemas financeiros do 'Brasil Econômico', que vinha atrasando pagando de salários e de outros direitos trabalhistas. Ainda segundo informações internas, o grupo vinha sofrendo com diminuição de receitas publicitárias e atrasos de pagamento por parte de anunciantes.

Lançado em 8 de outubro de 2009, o 'Brasil Econômico' tornou-se o segundo maior jornal financeiro do país, atrás do Valor Econômico. Faz parte do grupo português Ongoing e Ejesa. O jornal tinha um formato tabloide (ou berliner 'compacto') e com papel salmão. O diário era voltado para os clientes do mercado corporativo e com um grafismo parecido como os outros jornais do mundo. Os colunistas do periódico são: Heloisa Vilela, Erica Ribeiro, Nelson Vasconcellos, Rogério Studart, entre outros. Em 2013, a sede da operação foi transferida de São Paulo para o Rio de Janeiro, onde são publicados os demais títulos da Ejesa: Meia Hora e O Dia. Segundo o jornal 'O Estado de S. Paulo', o fim do 'Brasil Econômico' já estava discutido há alguns meses. Durante 1.473 edições do jornal, não houve informações oficiais sobre a circulação, já que não tem a medição do Instituto Verificador de Circulação.

Além do 'Brasil Econômico', outros três jornais encerraram as versões impressas no Brasil este ano. Em 8 de abril, a Empresa Jornalística Pampa anunciou o fim da edição de papel de 'O Sul', de Porto Alegre. Mas no dia seguinte, o periódico continua funcionando, só que na versão digital na Internet. Também no mês de Abril, só que no dia 15, 'O Jornal de Hoje', de Natal, anunciou o encerramento da versão impressa que foi publicado no dia 30, após 17 anos e 5.222 edições. O diário também migrou para a internet. No início de maio, o Diário Oficial de Pernambuco circulou a versão impressa pela última vez, como informou Inaldo Sampaio, do Jornal do Commercio. A Companhia Editora de Pernambuco é responsável pela publicação desde 1924 e continua publicando decretos e leis dos poderes Executivo, Legislatico e Judiciário para a Internet. Durante nove décadas, o número de páginas atingiu em média 400 páginas, mas nos últimos anos, reduziu para 48 ou até 72, além da tiragem que diminuiu de 8 mil para 700 exemplares, informou a reportagem da TV Globo Nordeste.

A diminuição de páginas e circulação e a alta do preço e do dólar são alguns dos motivos que geraram cortes e demissões de funcionários. O portal Meio&Mensagem listou oito jornais que encerraram a versão impressa durante seis anos. Mas destaco também três jornais que não foram listados no site. Em 2012, os jornais 'O Norte', 'Diário da Borborema' e 'Diário de Natal' fecharam as portas. Em fevereiro, os dois jornais do Estado da Paraíba encerraram as atividades. A situação se repetiu no 'DN' em outubro. Em três casos - como falei neste blog, o anúncio foram recebidos de surpresa tanto para os funcionários, quanto para os leitores. Os três periódicos faziam parte do grupo Diários Associados e metade das produções eram feitas no Recife. Com o fim do 'Brasil Econômico', serão quatorze jornais que foram fechados ou encerraram as edições impressas no Brasil em apenas seis anos.

É triste quando um jornal impresso sai de circulação. Nos últimos meses, percebi que vários jornais fizeram alterações e reduziu páginas. Mas em tempos de internet, a mídia impressa continua imortal. E sempre será no presente e no futuro.

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