Ipês embelezando a cidade durante a primavera. Foto: Reginaldo Marinho/Site Roteiros Incríveis |
"Como uma chuva de ouro no ar, parada
Na fronde dos ipês, no fervedouro
Desse amarelo e mágico tesouro,
Vejo a Pátria pairar, simbolizada:
É aqui tão fácil encontrarmos ouro,
Que o acharemos nas árvores da estrada,
E a quem quiser essa riqueza é dada,
E o que é nosso e de todos logradouro."
Martins Fontes
O ipê. é a árvore brasileira mais conhecida, a mais cultivada e, sem dúvida nenhuma, a mais bela. É que na verdade um complexo de nove ou dez espécies com características mais ou menos semelhantes, com flores brancas, amarelas ou roxas. Não há região do país onde não exista pelo menos uma espécie dela.
O florescimento exuberante é seu traço mais marcante e o que a torna tão espetacular. Qualquer leigo tem curiosidade sobre seu nome ao contemplar a beleza de seu florescimento. Só não chamou a atenção de Cabral porque não devia estar em floração no Descobrimento. Uma infelicidade, porque isso acontece a partir de abril.
Esta semana, o verão em pleno inverno deixaram os ipês começaram mais cedo em Porto Alegre. Crédito: Camila Martins/RBS TV Porto Alegre |
A exuberância de seu florescimento encantou namorados, escritores e poetas. Nenhuma outra árvore foi tão cantada em verso e prosa. São dezenas de poesias, contos e sonetos. Inspirou até políticos, que, por meio de um projeto aprovado pelo Poder Executivo em 1961, elegeram o ipê-amarelo, conhecido cientificamente por Tabebuia vellosoi, como a Flor Nacional.
Pertencentes à família das bignoniáceas, os ipês são incluídos no gênero tabebuia, palavra de origem tupi-guarani que significa pau ou madeira que flutua, com a qual os índios denominavam a caxeta, árvore que nasce na zona litorânea do Brasil. Apesar da etimologia do nome do gênero a que pertencem, os ipês, ou paus-d'arco, possuem madeira muito pesada (densidade entre 0,90 e 1,15 grama por centímetro cúbico), com cheiro característico devido à presença da substância lapachol, ou ipeína.
Têm nomes populares variáveis para cada região e para algumas espécies: "ipê" é o nome empregado nas regiões Sul e Sudeste e "pau-d'arco" na Leste, na Norte e na Nordeste. No Pantanal Mato-Grossense é conhecido por "peúva" e em algumas regiões de Minas Gerais e Goiás por "ipeúna". Uma das espécies do cerrado, da caatinga e do Pantanal Mato-Grossense, a Tabebuia aurea é popularmente chamada de "caraibeira" no Nordeste e de "paratudo" no Pantanal.
Esta semana, jornais de Blumenau e da Grande Porto Alegre, teve como destaque, os ipês. Arte: Luciano Amorim |
Planta decídua (que se desprende precocemente), sua floração ocorre antes do surgimento da nova folhagem, sem data precisa - normalmente entre agosto e novembro. Nesse período, dota-se de beleza inigualável e fugaz, traduzida pelos versos de Sílvio Ricciardi:
"Ontem floriste como por encanto,
sintetizando toda a primavera;
mas tuas flores, frágeis entretanto,
tiveram o esplendor de uma quimera.
Como num sonho, ou num conto de fada,
se transformando em nívea cascata,
tuas florzinhas, em sutil balada,
caíam como se chovesse prata..."
Sílvio Ricciardi
Os ipês-roxos, ou róseos na concepção de alguns, foram os mais utilizados para a extração de madeira. Uma das espécies, a Tabebuia avellanedae, nativa da Bacia do Paraná, pode ultrapassar 40 metros de altura, com diâmetro de tronco de mais de 1,2 metro. Existem três espécies de ipê-roxo, cuja floração tem aspecto característico para cada uma, tanto na forma quanto na intensidade da cor.
Os ipês de flores amarelas são os mais apreciados e plantados, quer pela beleza de sua floração, quer pelo menor porte, o que os torna mais adequados para cultivo em pequenos espaços. Existem pelo menos cinco espécies com formas arquiteturais muito diferentes entre si e cuja floração também diverge quanto à época de ocorrência e intensidade.
Lagoa do Parque Solón de Lucena, no centro de João Pessoa, fica bonita com os ipês amarelos. Foto: Reginaldo Marinho/Site Roteiros Incríveis |
Aqui em João Pessoa, os ipês embelezam a capital paraibana. Um dos principais, fica no Parque Solón de Lucena, no centro da cidade, que além de ser verde, também são amarela na primavera. É um tipo das cores do Brasil: verde e amarelo. É legal. E quando tiver por lá, eu tiro fotos e publico pelo meu Twitter e pelo Facebook e no Flickr e também aqui no meu blog.
Pra terminar, eu achei um video sobre os ipês, que encantam a cidade de João Pessoa.
Vale a pena conferir...
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