terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

#PlanetaAtlântida2014 // Festival reuniu 90 mil 'planetários', sob muito calor no RS



Com temperaturas altas e muito calor, cerca de 90 mil pessoas se divertiram no Planeta Atlântida 2014 neste final de semana. 50 atrações divididos em quatro palcos em quase 20 horas de música nos dois dias de festival, que assim como que aconteceu nas edições anteriores, teve uma mistura de ritmos.

Como é tradição, Nico Fagundes e o Hino do Rio Grande do Sul, abriu a maratona de shows do Planeta Atlântida 2014, na primeira noite, no dia 7. No final, ele fez uma homenagem ao ator, compositor e músico Nico Nicolaiewsky, que para o tradicionalista, era um dos artistas mais singulares do Rio Grande do Sul. Ele morreu na madrugada do mesmo dia, e tinha tinha 56 anos e participava do grupo 'Tangos e Tragédias'. O artista lutava contra leucemia aguda desde janeiro, quando descobriu a doença. O público aplaudiu a homenagem.

Nicolaiewsky também foi homenageado pelo cantor Armandinho, que abriu o primeiro dia do festival. Ele diz que era um ícone da cultura gaúcha e "a quantos Tangos & Tragédias eu fui na vida". Durante o show do Armandinho, ele cantou vários sucessos, se interagiu com o público e falou sobre a vida no transito onde perdeu uma fã chamada Bruna. "São inúmeras vítimas da imprudência, precisamos cuidar mais", contou. Armandinho se juntou com o argentino Mariano Dread Mar-I, que é um dos maiores fenômenos do reggae da atualidade e tem lotado as maiores casas de shows de Buenos Aires. Eles cantaram a música 'Desenho de Deus', que teve o refrão cantado em espanhol pelo músico argentino. "Tocar com o Mariano foi ótimo, é a união dos povos. Somos todos irmãos, não tem rivalidade", diz o Armandinho após o show. Além disso, ele cantou vários sucessos, entre eles, a música 'A Ilha', que foi lançado o clipe do músico no mesmo dia. Armandinho é um dos músicos que mais tocaram no Planeta Atlântida. Desde que lançou o primeiro álbum em agosto de 2002, o músico porto-alegrense e que tem coração catarinense, já subiu ao Palco Central do festival outras oito vezes. E sempre falo várias vezes mas vou repetir, esse Armandinho é o Jason Mraz do soul brasileiro!

O pôr-do-sol da primeira noite do Planeta Atlântida ficou por conta de Donavon Frankenreiter. O músico do estado norte-americano de California cantou vários sucessos, agradeceu ao público em português após cada música, e por aí vai... Mais cedo, a simplicidade do artista chamou a atenção. Um dos grandes nomes da surf music, ele não precisou de roadie para levar o seu violão até o palco. Além de carregar o instrumento, ele ainda ajudou na montagem dos equipamentos do seu show. No final da apresentação, Donavon Frankenreiter convidou uma fã para cantar a música "It Don't Matter", sob risadas e versos, e até declarações de amor! É... Mas pra mim, o show de Donavon Frankenreiter no Planeta gaúcho foi sensacional! O que eu gostei do show dele foi a música "The Way it is". E é uma recomendação para relaxar para um dia na praia, e até num pôr-do-sol! E ele disse que adora cantar durante o sol se pondo. Esse músico canta muito!

Anoiteceu na primeira noite do Planeta quando o grupo O Rappa subiu no Palco Central. O grupo fez vários sucessos, o vocalista Falcão que ficou empolgado com o público e fez homenagens a Luiz Gonzaga e Dominguinhos e os músicos Chorão e Champignon, do Charlie Brown Jr., que fez o público dizer: "Uh, é Charlie Brown". Sobre os protestos e a Copa do Mundo e sob criticas a violência, o vocalista falou: "Antes de ter Copa do Mundo, tem que ter saúde educação. Tudo que é destruído, somos nós quem vamos pagar, violência, agressão não leva a lugar nenhum. Mas eu reforço aqui que acredito no Brasil. As pessoas que estão nele é que são o futuro. Não quero agredir o outro para que haja mudança. Quero que tudo mude em paz". E eu até concordo com o vocalista. Depois de pouco mais de uma hora de show, O Rappa encerrou a apresentação com a música 'Anjos', que fala de superação.

Depois de O Rappa, veio o axé da minha conterrânea Ivete Sangalo e se transformou o Planeta Atlântida em trio elétrico com as canções 'Tempo de Alegria', 'Dançando', 'Real Fantasia', 'Acelera aê' e 'Festa', além do novo sucesso 'Pra Frente', que vai bombar no #Carnaval2014 e durar até o #Verão2015! Durante o show, a cantora interagiu o público, homenageou Tim Maia e Jorge Ben Jor, se aproximou no público, trocou as sandálias de salto por sapatilhas pretas e brincou: "Tome cuidado, que esse sapato é caro". E falou sobre o carinho por onde ela faz show no RS e o churrasco gaúcho. E até perguntou à produção sobre o tempo de show. No final, com a música 'Arerê', ela agradeceu e brincou, em referência ao vocabulário gaúcho: "Toda vez que eu venho ao Sul eu sou tratada com muito respeito, com muito carinho. Obrigada, porque meu nome é 'Ivetchê'". Ou seja, Ivete manteve a energia do início ao fim, acompanhando os passos dos bailarinos sem desafinar. O que deixou o público ao delírio.

Quando deu meia-noite do sábado, 8, começou a apresentação de Jota Quest. Apesar do pé fraturado e a perna imobilizada em uma bota ortopédica, o vocalista Rogério Flausino faz o público dançar e pede palmas com as músicas 'Mandou Bem', 'Além do Horizonte', 'Tempos Modernos', 'Na Moral' e 'Sempre Assim'. Na animação de 'Do seu lado', Jota Quest pede para que o público balance camisetas no ar e os "planetários" foram ao delírio. Foi dançante o show de Jota Quest no Planeta. E melhoras para o vocalista Rogério Flausino.

A principal atração da primeira noite do festival foi o rapper americano Ne-Yo. Rodeado de bailarinos, o norte-americano tocou sucessos como 'Let's Go' e 'Give Me Everything', e fez o público dançar. Em um show recheado de hits dançantes, o cantor interagiu com o público, chamou para dançar, e até chegou a pegar uma bandeira do Grêmio. É... Não é mole, não!

E depois do R&B de Ne-Yo, a primeira noite do Planeta Atlântida 2014 termina com muita música eletrônica com Life Is a Loop. A mistura de bateria com o som mecânico dos DJs fez uma homenagem aos aos grandes clássicos da música eletrônica. Durante cerca de uma hora, o trio, formado pelo gaúcho Fabrício Peçanha e pelos curitibanos Leozinho e Rodrigo Paciornik, agitou os 'planetários' que já pensavam em ir embora na madrugada. Mas apesar disso, a pista permaneceu lotada durante toda a apresentação.

No segundo dia do festival, no dia 8, quem abriu foi o grupo Cidadão Quem. De volta ao Planeta Atlântida depois de uma pausa na carreira, o grupo apresentou um rock que agradou aos diferentes públicos. O ponto alto foi o encontro de gerações com a participação de Bela, filha de Luciano Leindecker. O show no Planeta Atlântida dá início a uma turnê que vai rodar o estado do Rio Grande do Sul em 2014 em comemoração aos 20 anos da banda.

Depois do Cidadão Quem, veio o Gabriel O Pensador, que empolgou o público no festival  com direito a muitos hits, improviso e até a leitura de um poema. Quem estava em frente ao palco aprovou o repertório que mesclou faixas do trabalho recente "Sem Crise" com sucessos de mais de 20 anos de carreira. Pensador ainda fez outro show, desta vez no Palco Camarote.

Anoiteceu e a terceira atração do segundo dia do festival foi o rock de Raimundos e Comunidade Nin-Jitsu, que dividiu as apresentações cada uma e se juntaram para fazer uma homenagem aos vocalistas Chorão e Champignon, do Charlie Brown Jr., os dos que morreram no ano passado. E essa homenagem teve a participação com o filho de Chorão para cantar juntos como 'Tudo que ela gosta de escutar'.

Depois veio o Skank, que também tocou mais vezes no Planeta Atlântida e empolgou o público com vários sucessos. Fã de futebol, o vocalista Samuel Rosa exibiu duas camisas, uma azul, simbolizando o Grêmio, e outra vermelha, representando o Inter, estimulando a rivalidade entre as duas maiores torcidas do Rio Grande do Sul.

A dupla sertaneja Jorge & Mateus foi a principal atração do Planeta Atlantida desse ano, na minha opinião. Choro, gritos e muitos cartazes eram vistos entre a plateia, que cantou com a dupla até o fim do show com sucessos 'A Hora é Agora', 'Seu Astral', 'Amo Noite e Dia' e 'Aí Já Era'. A dupla convidou ao palco os atores Tatá Werneck e Anderson Di Rizzi, que fizeram sucesso na novela "Amor à Vida", da TV Globo, e prestigiaram a segunda noite. Sem cerimônia, os dois pegaram o microfone, saudaram o público e ainda puxaram o coro de "Ah, eu sou gaúcho", levantando o público. A atriz e humorista brincou: "Ah, quero um gaúcho". E vou contar uma coisa, as músicas de Jorge e Mateus são muito bonitas e românticas.

Se Jorge e Mateus foi a principal atração da segunda noite do festival, os mineiros do SPC foi melhor ainda. O grupo fez uma apresentação em uma turnê comemorativa dos 25 anos de carreira e relembrou vários sucessos que botaram pra balançar no Palco Central com 'O Samba Não Tem Fronteiras', 'Que Se Chama Amor', 'Domingo', 'Out-Door', 'Essa Tal Liberdade' e 'Te Amar Sem Medo', além de homenagear grandes nomes do pagode como Raça Negra, Molejo e Katinguelê, a última que é a mais bonita.

Mas a principal atração da edição 2014 do festival foi o quarteto norte-americano The Offspring, que levou o pop punk da Califórnia ao Litoral do Rio Grande do Sul ao se apresentar no festival, faltando três minutos para as três da madrugada. O grupo transformou o Planeta gaúcho num 'Rock in Rio' improvisado com os sucessos 'All I Want', 'Days Go By' e 'Pretty Fly'. Em quatro acordes acompanhados por uma batida rápida e um vocal melódico, os americanos levaram ao delírio milhares de fãs que esperavam a noite inteira para ver a banda e batiam cabeça acompanhando. No final do show, faltando oito minutos para as quatro da manhã, os vocalistas Noodles e Dexter falaram assim: "Não vamos fazer um bis porque vocês precisam dormir. Vocês estiveram aqui o dia todo. [...] Não acredito que vocês estão acordados até agora para nos ver tocar...". E como diz o apresentador Tadeu Schmidt do 'Fantastico, da Globo': "Sabe o que isso significa... Nada"! E olha que eu fiquei até às quatro da manhã para acompanhar o festival pela TV e em tempo real no G1 RS. A apresentação do The Offspring terminou faltando dois minutos para as quatro da manhã e fez história no festival.

Depois do show memorável de The Offspring, veio a música eletrônica do projeto ATL DJ. O trio, composto pelo comunicador Alexandre Fetter e pelos DJs Guz Zanotto e Leo Z, de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, entrou no Palco Central para agitar o público que estava querendo ir embora. O Grupo Tholl e o "robô" chamado Planetário da RBS TV também participaram da apresentação. Durante quase uma hora, o ATL DJ tocou com clássicos da música eletrônica e versões remixadas de sucessos da house music. A apresentação ainda contou com uma homenagem ao grupo Charlie Brown Jr. Os relógios já marcavam 5h quando o projeto ATL DJ encerrou a edição do Planeta Atlântida 2014.

O 'casal Delícia' que fez sucesso em 'Amor à Vida',
também curtiram a segunda noite do festival.
Sempre falo várias vezes que assim como nas outras edições, a edição 2014 do Planeta Atlântida foi, como sempre, uma mistura de ritmos. É uma festa democrática e de todos os gostos, de todas as idades e de todas as gerações. Várias personalidades passaram no festival como a ex-BBB Natália Casassola, que segundo a musa, as altas temperaturas das praias gaúchas não prejudicam a festa. Além do Palco Central, o festival teve também o espaço E-Planet, dedicado somente à música eletrônica. O Espaço Camarote recebeu Buchecha, Luana Camarah, Fat Duo, Melody e Brothers of Brazil, o duo formado por Supla e pelo irmão João Suplicy. E o Palco Pretinho, onde bandas locais e nacionais se apresentam como Pollo e Ivo Mozart, P9, Di Angelis, Seu Cuca, Claus e Vanessa e Emicida. O festival também contou com a roda-gigante, que esteve em funcionamento durante as apresentações musicais.

A edição do festival foi SENSACIONAL! Pra mim dou nota 8,99. E no ano que vem tem mais e quem sabe eu vou estar lá para curtir a maior festa do Planeta... Afinal, como diz o tema da edição desse ano, #sóquemvaisabe!

*Alguns trechos deste post peguei do site G1 RS.