terça-feira, 12 de abril de 2016

Jornal da Paraíba suspende circulação do impresso e continua no digital


Edição do Jornal da Paraíba do dia 3 de maio de 2015,
onde incluem os cadernos que circulavam na época.
Era uma edição de domingo que vale para a segunda.
Após 12.938 edições, o Jornal da Paraíba circulou neste domingo, 10, a sua última edição na versão impressa. Em um comunicado publicado na edição dominical, a decisão foi anunciada pela direção do jornal na última quinta-feira, 7, e justificou que o motivo "é uma tendência mundial de migração do impresso para as plataformas digitais". E acrescentou também a crise econômica no Brasil "que enfrenta atualmente, atingindo o setor produtivo e provocando milhões de baixas no mercado de trabalho".

O comunicado trouxe a trajetória do jornal que foi lançado em 5 de setembro de 1971, em Campina Grande. Em Janeiro de 2002, o periódico passou a circular em todo o estado da Paraíba. Em (quase) quatro décadas e meia, o 'JP' - como é chamado - "defendeu bandeiras, causas e esteve ao lado da sociedade paraibana" e "investiu em credibilidade e contribuiu com o desenvolvimento do nosso estado". Atualmente, o Jornal da Paraíba circulava em duas edições: Campina Grande e João Pessoa.


No final, o Jornal da Paraíba fez um agradecimento aos colaboradores e em especial "à indispensável parceria dos leitores e anunciantes" que esperam "contar com a adesão destes na nova etapa de sua trajetória". E mencionou a cidade de Campina Grande que "sempre se mostrou acolhedora e receptiva ao jornalismo sério, ético e confiável que o periódico produziu" durante o período.

Ainda na última edição do Jornal da Paraíba impresso, alguns colunistas do jornal como Arimatéa Souza, Laerte Cerqueira, Gonzaga Rodrigues e Expedito Madruga também comentaram sobre o assunto.

De acordo com os portais de notícias locais, cerca de 120 profissionais - entre jornalistas, técnicos e diagramadores - foram demitidos. A Associação Paraibana de Imprensa prestou solidariedade aos funcionários do periódico e lamentou "com profundo pesar" a suspensão do impresso. O fim do Jornal da Paraíba impresso também repercutiu nas redes sociais.






Eis a capa da última edição impressa do Jornal da Paraíba, para quem já gravei vários materiais em áudio nas chamadas para os cadernos de concursos com dicas e simulados para os mais diversos processos seletivos. Assim foi minha humilde parcela de contribuição nos cinco anos em que estive trabalhando na Rede Paraíba de Comunicação, onde, embora funcionário das rádios do grupo, pude construir grandes amizades com profissionais da redação e setores administrativos do JP. Numa decisão surpreendentemente anunciada em pleno 7 de abril, quando era "comemorado" o Dia do Jornalista, de uma só vez, cerca de 120 profissionais talentosos, competentes e dedicados perderam seus empregos. A eles, minha solidariedade e minha torcida para que rapidamente consigam uma nova colocação neste mercado cada vez mais disputado e concorrido. No mais, é lamentar o triste destino das mídias impressas que cada vez mais avançam rumo à extinção em detrimento ao digital, que é mais prático e mais barato. Embora eu seja um adepto do digital, nada substitui o cheiro e a textura do papel nem as mãos manchadas de tinta que desprende do impresso.
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Todo fim de um ciclo é um novo começo... Foi esse o sentimento que tomou conta do meu coração instantes depois da divulgação do novo momento do JORNAL DA PARAÍBA. O que se torna relevante nesta ocasião? O entendimento - claro - de que o JP não acabou, mas sim, numa adaptação ao modelo mundial, passar a ser acessado, com toda a sua credibilidade e seriedade, através do formato digital, como tantos outros veículos que já foram de mídia impressa em todo o planeta. Talvez seja lastimável - para nós e para tantos outros que tiveram o jornal como sua primeira paixão profissional - essa interrupção do convívio com a edição impressa. Mas, ao contrário do que possa parecer, trata-se mesmo da evolução da comunicação nos tempos modernos, que será ampliada e enriquecida pela agilidade da versão online, bem mais identificada com as transformações tecnológicas assistidas durante os últimos anos, nas quais, felizmente, já nos encontramos bem posicionados, inclusive através das redes sociais. O formato físico do JP se despede dos leitores, neste domingo, ao tempo em que a marca reafirma a importância da relação com a nossa legião de leitores e o compromisso sempre presente com o desenvolvimento do Estado. Trabalhamos com amor, garra, vontade, e não seremos, historicamente, uma geração sucumbida e com destino traçado pelo mal da corrupção que assola o Brasil e tanto nos entristece. Como guerreiros, cientes de nossa força, coragem, capacidade criativa e determinação, continuaremos firmes na nossa missão, vivendo de forma intensa essa fase de transformação pela qual passaremos e, certamente, sairemos fortalecidos. O futuro que vislumbramos é - e será sempre - infinitamente melhor do que o que já ficou para trás! Nos encontramos, agora, a todo momento: jornaldaparaiba.com.br @jornaldapb
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Hoje não houve festa, não há o que comemorar... Hoje, justamente no dia em que comemoramos o Dia do Jornalista, um dos maiores veículos de comunicação da Paraíba anuncia o fim da circulação de sua edição impressa, acarretando a demissão de mais de 100 profissionais... Monstros do jornalismo que talvez não encontrem mais pautas, devido a idade, a escassez do mercado (que já era gritante) e as mudanças tecnológicas que transformaram nossas vidas e o jornalismo de outrora. Minha solidariedade e profundo lamento pelo veículo que me encantava na época da adolescência, me acolheu na época do estágio e que fez história no nosso estado. A vida segue e o "show" não pode parar... São tempos difíceis, mas sobreviveremos. "O lar não mais existe Ninguém volta ao que acabou (...) Ninguém notou Ninguém morou na dor que era o seu mal A dor da gente não sai no jornal." (Chico Buarque) @jornaldapb @clubejornaldapb 😭😭😭 #Jornalismo #FimDoImpresso #JornalismoImpresso #DiaDoJornalista #DiadoJornalismo #SerJornalista #Comunicação #FuturoDoJornalismo #JornalDaParaíba #JornaldaParaiba #JP
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O Jornal da Paraíba foi o décimo quinto jornal brasileiro a suspender ou encerrar a versão impressa desde 2009. O último foi em julho do ano passado, quando o 'Brasil Econômico' deixou de circular em papel e demitiu cerca de 40 profissionais. O periódico econômico da empresa Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), que pertence ao grupo português Ongoing, era moderno e inovador, mas os problemas financeiros influenciaram a migração do impresso para o online.

Edição do Jornal da Paraíba do dia 19 de novembro de 2006,
onde reúnem os cadernos que circulam na edição de domingo
 naquela época. Detalhe para o grafismo do jornal.
Aqui na Paraíba, dois jornais fecharam as portas. Em fevereiro de 2012, os jornais O Norte (de João Pessoa) e Diário da Borborema (de Campina Grande) encerraram as atividades por decisão dos Diários Associados do Nordeste e metade das produções eram feitas no Recife - sede do Diario de Pernambuco que foi vendida parcialmente para o grupo R2 em outubro do ano passado.

Com o fim do Jornal da Paraíba em papel, apenas dois jornais da Paraíba que circulam durante a semana na versão impressa, o Correio da Paraíba (fundado em 5 de agosto de 1953) e A União (fundado em 2 de fevereiro de 1893 - considerado o mais antigo em circulação do estado), ambos circulam de terça a domingo - a exceção do popular Já Paraíba que circulam de segunda a sábado. Além do semanário Contraponto.

Gostava tanto do Jornal da Paraíba. Era um dos maiores do estado. Tinha cadernos interessantes, bom conteúdo... Ao longo dos quase 45 anos, o jornal teve várias mudanças gráficas. A última foi em setembro de 2011, o que era mais moderno. Mas com a crise atual no país e migração para online - como citamos aqui - deixou o periódico a encurtar cadernos ou reduzir páginas. Há dois meses, o preço da venda avulsa custava 50¢ (centavos) a mais. E olha que tenho várias recordações do 'JP' no meu acervo de jornais. Nos últimos dez anos, quanta coisa mudou, em especial no grafismo.

Edição do Jornal da Paraíba no dia 20 de dezembro de 2011,
três meses depois do periódico ganhar um novo grafismo
que foi em 31 de agosto e durou até hoje. Destaque para
os novos cadernos como 'Economia' e 'Esportes e Mais'
- o último era circulado no formato tabloide e voltado para
o noticiário esportivo, policial e passatempo.

Agora, não era para que o Jornal da Paraíba suspender a versão impressa. Mesmo com o digital, o impresso ainda vive - e continuará... A minha sugestão para a direção era que o jornal mude de formato no impresso, do tradicional Standard (ou Broadsheet) para o moderno e charmoso Berliner (ou tabloide compacto), o mesmo que foi usado pelo jornal O Norte. Como mostra abaixo.


Mas ainda torço para que o Jornal da Paraíba volte logo para circular a versão impressa nos próximos anos. É um 'tipo' até breve. Ou melhor, até logo.

E além do Jornal da Paraíba, outro jornal deixou de circular a versão impressa. No dia 26 de março, o britânico The Independent encerrou as atividades pelo papel e migrou para a versão online.

E na boa, volto a dizer que é triste quando um jornal impresso sai de circulação. Nos últimos meses, percebi que vários jornais fizeram alterações e reduziu páginas. Aliás, segundo o portal Meio&Mensagem, há possibilidade do digital ultrapassar o impresso ainda esse ano, como diz o Instituto Verificador de Comunicação. Mas em tempos de internet, a mídia impressa continua imortal. E sempre será no presente e no futuro.

*Com informações do portal Mais PB.

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