sexta-feira, 1 de março de 2013

A novela #paywall continua...

Créditos: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press
Pessoal, mais um capítulo da novela 'paywall', que quer dizer conteúdo pago na internet. Desde domingo, 24 de fevereiro, o jornal Correio Braziliense, lançou o sistema de assinatura digital. Segundo o portal Meio & Mensagem, o jornal cobra R$ 29,90 mensais por todo conteúdo, desde o primeiro acesso. Assinantes de segunda a domingo do plano anual terão acesso gratuito ao conteúdo digital. Por mais R$ 9,90, assinantes de outras modalidades, como sexta a domingo por exemplo, também poderão acessar o conteúdo via desktop ou aplicativo para tablet. Está em desenvolvimento um app específico para smartphone, mas o mesmo conteúdo pode ser acessado pelo navegador do celular.

Sendo assim, o Correio Braziliense é o quarto jornal brasileiro a cobrar o conteúdo digital. O #paywall (que iniciou em 15 de março de 2012, pelo jornal americano 'The New York Times' - e que está dando certo em alguns jornais americanos) começou no dia 21 de junho, pelo jornal Folha de S. Paulo, que foi o pioneiro no Brasil a aderir a cobrança digital. Para se ter uma ideia, no site da Folha, o internauta não assinante - como eu - pode ler no máximo 20 textos, a partir do 21º, ele faz um rápido cadastro pra conseguir ler mais 20 textos, que no cálculo, dá 40 textos gratuitamente. Só que a partir do 41º por diante, os links estão restritos aos assinantes do jornal paulistano. A regra vale também para tablets, smartphones e versão mobile. A assinatura digital com o #paywall da Folha custa R$ 1,90 no primeiro mês, e depois, aumenta para R$ 29,90. R$ 28 a mais. Isso, no pacote digital do jornal. Agora, na minha opinião, eu não gostei desse assunto porque eu leio sempre o site do jornal todo o dia, mas, quando eu vi a notícia, fiquei surpreso e decepcionado.

ZH e Folha são os pioneiros a cobrar o conteúdo digital.

Dois meses depois, em 12 de agosto, dia do encerramento das #Olimpíadas2012, em Londres, o jornal Zero Hora, jornal que eu gostaria de ler e eu sou o leitor assíduo do jornal, aderiu ao conteúdo pago na internet. A medida do jornal gaúcho limita o acesso de não assinantes a 30 textos por mês. E mais, quem usa a Zero Hora nos aplicativos para smartphones e celulares e também para versão mobile para celular, você precisa assinar, porque todo o conteúdo no jornal nos que eu citei tem o acesso restrito aos assinantes. Eu só sabei da notícia, na terça-feira, 14 de agosto, primeiro no site do "Papo de Bola" e depois no próprio site do jornal. O que me deixou revoltado e decepcionado. Porque era um dos melhores jornais que eu já lia, tanto na web, tanto na versão impressa. Eu leio a Zero Hora, há 4 anos. Mas agora, com o sistema paywall, eu só vou ler um texto por dia... Só pra lembrar, que a assinatura digital de Zero Hora, junto com o #paywall, custa R$ 4,90 nos dois primeiros meses, a partir do terceiro mês, o preço aumenta para R$ 36,90. R$ 32 a mais. Isso, no pacote digital do jornal, todos os dias. Olha só o vídeo sobre o conteúdo pago de Zero Hora na internet com Rodrigo Lopes, que hoje, é editor de capa do jornal.



Aliás, o #paywall da Folha e ZH, eu citei aqui neste blog na série #DESTAQUESDE2012, que eu coloquei o que foi notícia no ano passado selecionado por mim, durante o mês de dezembro.

E em dezembro de 2012, a Gazeta do Povo, de Curitiba, também aderiu ao conteúdo pago na internet. Segundo o portal Meio & Mensagem, que publicou em janeiro deste ano e soube esta semana, os assinantes da versão impressa do jornal continuam com acesso a todo o conteúdo do portal. Já os internautas devem criar login e senha, independente da assinatura digital. O plano de assinatura digital é feito com base na frequência do usuário na leitura do site. O internauta pode ler livremente 20 artigos no site por mês, após isso deve criar um cadastro gratuitamente para poder ler mais 20 notícias sem pagar. A partir da 41ª notícia que o internauta quiser ler, em um tempo de um mês, ele encontrará o conteúdo fechado apenas para assinantes. Ou seja, é o mesmo usado no site da Folha. No primeiro mês, o valor promocional é de R$ 1,90. Após esse período o valor aumenta para R$ 36,90, ou seja, R$ 35 a mais, e mais, o assinante ganha também a versão impressa da Gazeta do Povo aos domingos.

Para o diretor de jornais do Grupo RBS no Rio Grande do Sul, Marcelo Rech, os jornais de maior credibilidade, como Zero Hora, a Gazeta do Povo, o Correio Braziliense e a Folha de S. Paulo, investem muito em conteúdo, em jornalistas independentes e em colunistas que possam trazer interpretação, análise e opinião diferenciadas e abalizadas aos leitores. Cada vez mais, este jornalismo de qualidade é reconhecido como um valor único, e milhões de pessoas se dispõem a pagar por ele, seja nas plataformas em papel, na web, no celular ou nos tablets. Nos EUA e Europa, centenas de jornais já adotam modelos de cobrança digital parcial ou integral.

Mais, afinal, e eu fico pensando, será que o conteúdo pago do jornal impresso na internet, foi por causa dos avanços da tecnologia e da Internet?! Será que o #paywall vai ser o fim do jornal impresso do papel?!

Como diz a minha amiga Núria Saldanha, que mencionou no meu twitter, o @lucianosilva96 no ano passado, sobre o assunto, a internet tem que ser livre, aberta e gratuita para o usuário, assim como a TV Digital. Eu até concordo...

Enfim, na minha opinião, o #paywall é o monopólio na internet, seja aberta ou paga.

E vamos acompanhar os próximos capítulos de um assunto que está virando uma novela...

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